A partir desta etapa é que começa o verdadeiro Transalp, ou seja, nas futuras etapas o acumulado será sempre a cima dos 3000m e a sucessão de rampadas será alucinante. Subidas de 10km numa média de inclinação a rondar os 12% fazem a sua mossa, mas o que mais me custou foi o facto de não conseguir levantar-me do selim durante longos e penosos quilómetros. Isto não se deveu a um tipo de pedalada ou então à técnica exigida na subida, mas sim porque tive uma crise gastro-intestinal que me deixou KO! Pensei que a indisposição ao acordar era sintoma de fome e que passaria depois do pequeno almoço, mas com o adiantar da hora foi-se agravando ao ponto de não aguentar mais e a 2300m de altitude, num abrigo de montanha, esvaziar todo o meu intestino em fracção de segundos. Escusado será dizer que o resto da etapa foi realizada a grande custo pois os sintomas não desapareceram de todo. A etapa em si foi uma das mais bonitas, e a vista do alto dos 2300m é verdadeiramente linda. Tivemos tempo ainda de admirar os Dolomitas Italianos e tivemos a oportunidade de fazer um excerto de uma das mais emblemáticas subidas do Giro de Itália, o famoso Passo Gardena no alto dos seus quase 2100m, quais verdadeiros "Pantanis" a trepar montanha a cima.
No final, apesar de tudo, fizemos uma boa prestação ao ultrapassar os 94,83km em 6:23h terminando em 116º lugar.
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